💶 A economia da escassez num país sem abundância
Neste episódio continuo na procura das causas, consequências e respostas ao problema do aumento do preço dos 📦 bens, em particular da energia. Será a culpa do capitalismo selvagem? Ou será que alguém não nos anda a contar a história toda quando nos falou que a economia 🌲 verde iria ser um paraíso de prosperidade?
Temos vindo a falar do custo da energia de uma perfectiva
puramente local e a influência que têm os altos níveis de impostos e taxas que
o estado aplica sobre a energia e em especial sobre os combustíveis.
No entanto é importante entendermos o que tem causado o
aumento dos preços e se estamos a falar de ganância dos privados ou de algo
mais profundo.
Nos últimos tempos, fruto da pandemia, o consumo caiu de
forma expressiva em todo o mundo. Por exemplo em 2020 a procura de energia
decresceu 5%. Uma diminuição nunca vista. Isto causou um desinvestimento na
produção de energia, mas também em outros bens dos quais dependemos. Com a
pandemia a ficar controlada e fruto dos pacotes de incentivos aplicados em todo
o mundo, assistimos a uma retoma e a um incremento de procura para níveis
pré-pandemia, mas sem o correspondente incremento de oferta, resultado de
situações como a falta de stocks (por exemplo as reservas de petróleo estão a
95% do seu nível habitual) ou por regulamentação introduzida, para ir de
encontro ao objetivo de zero emissões de 2050, que torna arriscado produzir
energia através de combustíveis fósseis empurrando a industria para o uso do
gás. No caso da europa este é produzido principalmente pela Rússia o que por
sua vez introduz um risco elevado de dependência dos humores do seu presidente
Vladimir Putin.
Tudo isto faz disparar os preços dos bens. Ou seja, existe
mais procura, no entanto existe menos oferta do que havia antes da pandemia.
Existem aqui duas consequências que são importantes focar. Primeiro,
este aumento de preços vai ter um maior impacto em quem tem menos rendimentos. Segundo,
vai ser mais visível quanto vai custar, a cada um de nós, atingir os objetivos
de descarbonização.
Para sair desta situação podemos escolher uma de duas políticas.
A primeira é cair na tentação do intervencionismo usando bodes expiatórios como
desculpa, por exemplo os emigrantes ou a ganância dos privados para implementar
regras discriminatórias ou controles estatais que no passado já se revelaram
totalmente ineficientes no controlo da escalada de preços, aliás tornaram a
situação pior prolongando-a no tempo. A segunda é apoiar quem mais precisa e acompanhar
a transição económica para que o ajuste se faça de forma gradual, eventualmente
relaxando no curto prazo os níveis de emissões para dar mais tempo a que os
investimentos necessários sejam efetuados.
Citação de Warren Buffet, investidor norte americano - “O preço é o que se paga. Valor é o que se obtém.”
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