A última Coca Cola do deserto

Com a 🆔 identificação da variante Omicron várias foram as decisões para isolar o pais desta ameaça. Mas o que se ganhou com isso? Estarão os nossos governantes mais uma vez a perder de vista o 🎯 principal? Variante Omicron, ou como foi inicialmente conhecida, a variante da África do Sul foi anunciada com alarme pelo mundo fora. Os meios de comunicação social encheram-se de notícias sobre os riscos da mutação, desde maior capacidade de contágio a maiores efeitos para a saúde das populações. Rapidamente governos, incluído o nosso, correram a fechar fronteiras e a cancelar voos, não só provenientes da Africa do Sul mas também de países vizinhos como Moçambique. Alguns dias depois começam a aparecer os primeiros casos confirmados um pouco por todos o mundo. No final do dia resta fazer a pergunta: O que se ganhou com tanto frenesim à volta da África do Sul e as decisões de tentar isolar o país? Este tipo de xenofobia sanitária já tinha acontecido com outras variantes, por exemplo

No passado dia 24 de Novembro a Ministra da Saúde afirmou referindo-se aos 👩‍⚕️ médicos "pensemos nas expectativas e na seleção destes profissionais porque porventura outros aspectos como a resiliência são aspectos tão importantes como a sua competência técnica" aquando de uma audição na Assembleia da República. 😱 Estas declarações tiveram reações imediatas por parte da sociedade mas não fica por aqui. Vou falar do que se passou a seguir. Quando pensávamos que a saúde no nosso país não podia andar pior eis que a realidade arranja forma de nos surpreender. Embora nestes dois últimos anos já haja pouca coisa que Marta Temido posso fazer para nos surpreender tal é o estado a que chegou o SNS. Como é que se entende, uma ministra que umas semanas antes na web summit dizia que “há um enorme sentido de responsabilidade e gratidão com os profissionais de saúde” venha agora dizer que é necessário contratar profissionais de saúde mais resilientes e pouco faltou para os chamar de co

Portugal é um dos países que mais gasta com a justiça. 🤷 Mas onde estão os resultados? Que implicações isto tem na nossa vida? Venham daí perceber o que falta fazer na justiça. Segundo o relatório Justiça 2015-2020 os tribunais são o setor da justiça com a maior fatia na despesa. Além disso, quando comparado com os países da União Europeia, Portugal é o 13º país que mais gasta com a justiça sendo o primeiro a Bulgária. Portugal gasta mais na justiça do que países como a Dinamarca, França, Suécia e Países Baixos. Paradoxalmente segundo o relatório da OCDE “Justice Transformation in Portugal : Building on Successes and Challenges”, Portugal continua a ser um dos países desta organização onde os processos se arrastam durante mais tempo, com cerca de um terço dos casos a demorar mais de um ano. Já esta semana Portugal tinha sido notícia por ter tido retrocessos na qualidade da democracia, onde a maior fragilidade parece residir na aplicação da justiça e no esforço do combate à corrupç

Com o aproximar do 🎄 Natal surgem novamente os rumores de uma nova vaga que irá obrigar a novo conjunto de medidas restritivas das nossas 🗽 liberdades. Já estamos há pelo menos dois anos nesta situação e aparentemente o estado em nada aprendeu com os falhanços do passado, continuando a tomar as mesmas medidas e esperando resultados diferentes. Neste episódio irei falar do que é realmente urgente melhorar na gestão da saúde pública. Com os casos de covid a subir por toda a europa inclusive Portugal voltámos ao saudoso show de ameaças de restrições às liberdades individuais, como o uso obrigatório de máscara e outras medidas que irão com certeza colocar em causa o ganha-pão das pessoas. Passam nos meios de comunicação social inúmeros peritos com o título de especialista que podem ser muito bons no seu campo, mas que não se revê nenhuma relevância em saúde pública ou virologia. Onde estão os verdadeiros especialista que publicam artigos sobre os temas em publicações internacionais e d

O caso do 👨‍⚕️ enfermeiro que esventrou a sua cadela tem mais de 3 anos de julgamento e esta semana ficámos a saber que o Tribunal Constitucional concluiu que a 📚 lei que condenou o arguido em 2018 viola a Constituição Portuguesa. Neste episódio vou falar de alguns detalhes do caso e o que todo este processo diz de nós enquanto sociedade. A não perder! Esta semana soubemos que o caso do enfermeiro que esventrou a sua cadela foi julgado pelo Tribunal Constitucional. Nas notícias divulgadas veio a público que os juízes do Constitucional concluíram que a lei dos maus-tratos dos animais tem disposições que violam a Constituição portuguesa. Não sendo uma declaração de inconstitucionalidade da lei, que faria o diploma cessar a sua vigência, abre um precedente no futuro quando se julgarem casos semelhantes. Uma vez que o acórdão não foi publicado não é possível entender todos os detalhes, mas sabemos que o arguido declarou que não tinha condições para pagar um veterinário e sendo enferm

Qual o 🧠 racional económico para aumentar o salário mínimo nacional? Quais as consequências para 👷 trabalhadores e empresas? Venham daí entrar na cabeça dos governantes do governo PS!  ⚠️ ATENÇÃO: Não recomendado para pessoas que apreciam 😕 lógica. Esta semana o governo PS está a negociar com as confederações patronais o aumento do salário mínimo em Portugal. Esta medida que pretende aumentar para 705 euros mensais a chamada remuneração Mínima Mensal Garantida é criticada por não ter um racional ligado à taxa de inflação, evolução da produtividade ou crescimento económico. Exemplo disto é que nos últimos 3 anos o salário mínimo cresceu entre 4,3% e 5,8% quando a economia nos últimos anos decresceu -8,96% em 2020 e cresceu 2,69% em 2019. Atendendo a estes valores a lógica é uma batata. Convém também relembrar que cerca de 24,6% dos trabalhadores por conta de outrem, ganha o salário mínimo logo estas mexidas têm um elevado impacto social e económico. Mas não se alarmem porque como

A COP26 terminou este fim de semana com resultados 🌦️ mistos. Quais a suas consequências? Será este tipo de eventos o principal para resolver os desafios climáticos? Neste episódio irei falar de como todos nós podemos escolher um caminho mais 🎯 eficaz e responsável.   A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 terminou este fim de semana com um resultado que não agrada a ninguém. Se por um lado existe referência à redução de combustíveis fosseis e carvão não ficou claro quando a sua utilização irá terminar. De igual forma a criação de um mercado mundial de carbono ficou mais próximo, mas no entanto, os países têm ainda 3 anos para apresentar um inventário detalhado das suas emissões. Estes são alguns exemplos como a política top-down raramente funciona e muitas vezes desaponta para desgosto daqueles que vêm no estado a solução para todos os problemas. Mas qual a alternativa? O Instituto + Liberdade assinou na passada a semana a declaração Internacional sob

Esta semana ficámos a saber que o ⚖️ supremo tribunal administrativo recusou um recurso aos 👪 pais dos alunos chumbados por faltas a "Cidadania” por não lhes reconhecer o direito de objeção de consciência que tinham invocado. Nesta situação com múltiplos episódios quem tem razão? O que está a causar este confronto? Esta semana ficámos a saber que o supremo tribunal administrativo recusou um recurso aos pais dos alunos chumbados por faltas a "Cidadania” por não lhes reconhecer o direito de objeção de consciência que tinham invocado. Não querendo entrar no detalhe da decisão, esta notícia levanta duas questões pertinentes que devemos refletir. Se por um lado, os encarregados de educação defendem o seu interesse de escolher o que os seus educandos aprendem de acordo com as suas convicções, por outro o que seria de uma educação da população onde cada um poderia escolher à lá carte o que iria aprender ou não. No limite poderíamos ter alguém que acredita que a terra é plana e nã

Foi noticia que Portugal é o país da 🌍 UE com a maior disparidade educativa entre gerações. Segundo os dados publicados pela Fundação José Neves mais de metade dos 🧑 adultos entre os 35 e 64 anos têm apenas o ensino básico. Será isto um 🧩 problema? Ou será uma consequência das politicas adotadas? Que custo representa para a sociedade este facto?  Foi ontem noticia que Portugal é o país da UE com a maior disparidade educativa entre gerações. Segundo os dados publicados pela Fundação José Neves mais de metade dos adultos entre os 35 e 64 anos tem apenas o ensino básico. Ainda segundo esta fundação existe uma clivagem acentuada que se divide entre uma faixa etária jovem com escolaridade mais longa, mas com dificuldade em entrar ou manter-se no mercado de trabalho e uma faixa etária mais velha, mais experiente, mas menos qualificada. À luz desta informação cumpre perguntar o que motiva, por um lado a dificuldade da geração mais bem preparada de sempre de entrar no mercado de trabalho.

Oiço várias vezes a discussão sobre reversões de medidas, de reposições e fico na dúvida se achamos verdadeiramente que é 🚶‍♀️ andando para trás que paradoxalmente andamos para a frente. Neste episódio vou focar a conversa na urgência da 🐛 mudança. Olho para o rebuliço mediático e dou por mim a pensar se às vezes não estamos a focar no detalhe e a perder o panorama geral. Discutimos crises, eleições, lideranças, ideologias… No final do dia até vemos quem vai à frente em sondagens como se estivéssemos a seguir um jogo de futebol e a falar de treinadores. No frenético frenesim informativo julgo que muitos dos que gravitam à volta dos meios de comunicações social perdem-se com o barulho das luzes acabando-se por se focar em agendas de curto prazo, ou em assuntos isotéricos como quem discute num qualquer café de uma das nossas cidades ou vilas. E assim quem vive em Portugal fica órfão de uma visão de futuro, perdido em urgências circunstanciais e torna-se difícil acreditar que existe

👩‍💼 Marta Temido foi falar durante a 🌐 Web Summit por isso vou falar do que foi dito e mais importante que isso das suas implicações.  Esta quarta-feira a ministra da saúde, Marta Temido, falando durante a web summit, afirmou e cito “está na hora de recompensar os profissionais de saúde e mantê-los no Serviço Nacional de Saúde”. Afirmou ainda que “há um enorme sentido de responsabilidade e gratidão com os profissionais de saúde”. E disse isto, segundo consta, sem se rir. Estamos a falar da mesma ministra que, no felizmente chumbado orçamento de estado, propunha a dedicação plena de alguns médicos, entenda-se começar a restringir a escolha dos profissionais de saúde que trabalham no sector público. Propunha também recuperar a autonomia dos hospitais de contratarem em caso de substituição, mas segundo o bastonário da Ordem dos Médicos não se aplicava a médicos. Ainda segundo o bastonário da Ordem dos médicos, nada fez relativamente à crónica suborçamentação da maioria das unidades

Na sequência do que tenho vindo a falar, sobre os 🚩 problemas estruturais que agrilhoam os portugueses a um 🏚️ futuro sombrio e sem escolhas, vou explorar as causas da degradação do nosso sistema de ensino e o que podemos fazer para melhorar antes que seja tarde de mais. Relatórios referidos  Resultados PISA Portugal ,  Resultados PISA Suécia ,  Mobilidade Social Portugal  e  Mobilidade Social Suécia Desde o início do ano letivo que quem tem as suas filhas e filhos a estudar no ensino público já sofreu as consequências das várias greves marcadas principalmente por sectores ligado à esquerda. Greves essas vindas de quem mais enche a boca de igualdade de oportunidades e a defesa da escola pública. Estes últimos tempos foram também particularmente ricos em pérolas factuais sobre o estado do ensino em Portugal, se não vejamos, no princípio do ano fomos informados pelo Ministério da Educação que o custo médio anual de um aluno, que frequente o ensino público, é 6 200 EUR, valor equipará

Todas as 🕵️ evidencias apontam para o fim de vida da atual forma de gestão do sector da 👩‍⚕️ saúde português. Venham daí aprofundar o que se passa com a saúde (ou a falta dela) e como não é preciso ir muito longe para encontrar pistas sobre a sua resolução. Relatórios referidos  Waiting times for elective surgery | Health at a Glance: Europe 2020 : State of Health in the EU Cycle | OECD iLibrary (oecd-ilibrary.org)  e  Waiting Times - OECD Para quem acompanha o dia a dia do nosso serviço nacional de saúde é impressionante os relatos da forma como a sua qualidade tem-se deteriorado. Desde demissões em massa de profissionais de saúde, serviços de saúde fechados ou sem capacidade e as intermináveis listas de espera. Atendendo ao estudo da OCDE sobre os tempos de espera para uma operação às cataratas verificamos que em Portugal desde 2009 este valor tem subido. Em 2009 era de 63 dias e em 2018 (último ano do estudo) é de 118,7. Se olharmos para outra intervenção como a substituição do