🏆 Globos de ouro e politiquices
Num mundo de factos quase instantâneos, 📰 fake news e 🧙♀️ messias do entretenimento é cada vez mais ténue a fronteira entre 📺 entretenimento e o que é politica. Venham daí falar sobre o mais recente episódio de miscigenação entre politica e entretenimento.
Este fim de semana houve mais uma gala dos globos de ouro.
Este prémio que distingue personalidades que se evidenciaram no mundo do
entretenimento desde o teatro, desporto, cinema, moda e música.
A novidade este ano foi a atribuição do globo de ouro
especial 25 anos, e em especial o reaparecimento da categoria de mérito e
excelência, tendo sido atribuída a Gouveia e Melo. Gostaria de deixar claro que
as entidades que atribuem os prémios são livres de definir os critérios e
categorias que quiserem, cabendo às pessoas que os recebem escolher receber ou
não tal distinção.
No entanto este episódio recente ilustra uma realidade cada
vez mais comum no nosso país, que é a mistura entre entretenimento e política.
À semelhança do que se passa lá fora Portugal não é imune à utilização dos
meios de comunicação social para promoção de uma carreira política e a
utilização de factos políticos para promoção de meios de comunicação social.
Recentemente tivemos personalidades como André Ventura ou
Suzana Garcia que catapultaram a sua carreira política através de uma hábil
exposição mediática. Ou mesmo o inverso, onde temos vários exemplos de
comentadores políticos como Marques Mendes ou Fernando Medina (este último
ainda em funções como presidente da Câmara Municipal de Lisboa).
Se por um lado este cruzamento entre política e media podem
tornar a política mais acessível aos cidadãos, por outro começa a ser notório a
construção de carreiras não por haver um projeto político refletido, mas sim um
conjunto de chavões que abrem telejornais e que soam bem.
No meio disto tudo a figura que sinto cada vez mais falta na
comunicação social é a de jornalista. Esta pessoa que, de forma imparcial e
informada, deverá conseguir articular o que de mais relevante se passa na nossa
sociedade e informar-nos a todos de forma que cada um construa a sua própria
opinião.
Citação de Eça de Queirós, escritor e diplomata do século XIX - “Para aparecer no jornal, há assassinos que assassinam.”
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