🧾 O que se taxa é benéfico, mas o que se ganha é prejudicial?

Com todo o frenesim a volta do 📈 preço da energia e 🚗 combustíveis vamos fazer uma pausa e explorar o tema de forma a conseguirmos tirar conclusões.

Nestas últimas semanas temos assistido a um debate intenso sobre o aumento dos preços da energia elétrica e combustíveis. Temos assistido a um verdadeiro degladiar de campos entre aqueles que defendem que o problema é das empresas que lucram à custa da população, e dos que defendem que a razão para termos dos custos de energia mais elevados é a taxa fiscal que incide sobre esta.

Vamos pegar num exemplo do preço dos combustíveis. Segundo a Entidade Nacional para o Setor Energético no período de 2 de setembro até 10 de outubro por cada litro de gasolina ou gasóleo o consumidor pagou em Imposto (ISP e IVA) 56% do valor do preço por litro sendo o restante o preço dos intermediários.

Ora depois de ser por mais evidente donde é que deriva o custo elevado dos combustíveis o governo vem agora explicar que o grande culpado é a taxa de carbono. Ou seja, se queremos reduzir os gases de efeito estufa, derivados da queima dos combustíveis, é uma inevitabilidade taxar nos valores atuais.

Vamos então por partes, por um lado existe um largo consenso entre economistas que a melhor forma de fazer com que o preço de um bem reflita o custo que a sua utilização tem sobre terceiros (como é o caso do efeito dos gases estufa nas futuras gerações) a melhor forma é colocar um imposto que reflita esse custo. Ao dano causado a terceiros pela utilização de algo dá se o nome de externalidade negativa.

No caso da energia existem vários exemplos de aplicação direta da taxa de carbono. O Reino Unido aplica uma taxa de carbono à energia elétrica produzida por fontes que libertam CO2 o que permitiu reduzir a sua emissão em cerca de 40% entre 2013 e 2016. No lado oposto temos a Alemanha que em vez de aplicar a taxa de carbono decidiu aplicar subsidiação para a transição para energias renováveis, reduzindo as emissões nuns míseros 2 a 3% em 2014. Ou seja, a taxa de carbono seja ela direta seja ela através de um mercado como é o caso na União Europeia é uma medida que tem o efeito pretendido.

Voltando então aos combustíveis, neste ano quanto representa a taxa de carbono no total do ISP? Na gasolina representa 7% e no gasóleo 12%. Ou seja, mesmo aqui percebemos que o valor principal que nos é cobrado por litro nada tem que ver com questões de redução de emissão CO2. Este governo já nos habituou à sua voracidade fiscal independentemente se tem de sacrificar princípios de boa gestão ou o bem-estar das gerações futuras.

Citação de Benjamin Franklin, um dos líderes políticos da formação do Estados Unidos da America - “...neste mundo nada pode ser tido certo, exceto morte e impostos”

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