🩸 Permitir que todos deem sangue é uma forma de zelar por todos nós

Permitir que todos deem 🩸 sangue independentemente da sua orientação sexual é um ⚖️ direito de qualquer pessoa. As situações recentes de recusa em aceitar doações por parte de 🏳️‍🌈 pessoas homossexuais ilustram, como ao excluir certos sectores da população, estamos a contribuir para uma 🫂 sociedade menos coesa e desenvolvida. Neste episódio falo desta questão e dos recentes desenvolvimentos na correção de mais uma injustiça!

No passado dia 6 de outubro o parlamento votou em acabar com a discriminação na doação de sangue em função da orientação sexual. Este projeto lei surge depois de terem sido reportados vários casos de recusa de doações por parte de dadores homossexuais.

Fruto destas queixas mais recentemente a Direção Geral de Saúde fez saber que alterou a norma que define os critérios de inclusão e exclusão de dadores de sangue de forma que situações semelhantes não se repitam. Esta alteração tem por base a investigação científica que comprova que não existem razões objetivas para se considerar a orientação sexual um fator de risco, ao contrário de outros como ter tido múltiplos parceiros, novo parceiro sexual à menos de 6 meses, etc

Portugal junta-se assim à lista de países como a Holanda, Espanha e Reino Unido que não discriminam os doadores de sangue com base na orientação sexual. Embora este apenas seja o primeiro passo na produção de legislação no nosso país é um passo importante.

Além desta razão, que por si só deveria ser mais que suficiente, existe ainda o argumento da eficiência, ou seja, com a recorrente falta de sangue que temos, excluir dadores é diminuir a oferta de sangue. Como qualquer bem diminuir a oferta implica aumentar o preço. Nesta perspetiva o preço não se aplica ao sangue em si, mas ao custo para o recolher uma vez que os recursos são os mesmos, mas a quantidade produzida é mais reduzida do que poderia ser. Continuem a seguir o meu raciocínio.

Com um preço mais elevado, pela redução da produção, em alturas em que o bem é escasso é necessário utilizar terapêuticas alternativas, muitas vezes com resultados menos eficazes e em outros casos sem qualquer alternativa causando atrasos nos tratamentos (por exemplo adiando cirurgias). Tudo isto contribui para o aumento dos custos da prestação do serviço e consequentemente do preço. Ou seja, mais uma vez a não abertura de um mercado, neste caso do fornecimento de sangue, causa um efeito em cadeia que torna tudo aquilo que está dependente mais difícil de obter. Cabe ao estado garantir que todos têm acesso aos mercados e às mesmas oportunidades, seja no sangue ou em qualquer outra coisa. Só assim teremos uma sociedade cada vez mais solidária, coesa e desenvolvida.

Citação de Nelson Mandela, prémio nobel da paz de 1993 - “Ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma que respeite e melhore a liberdade dos outros.”

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