😱 Xenofobia sanitária
Com a 🆔 identificação da variante Omicron várias foram as decisões para isolar o pais desta ameaça. Mas o que se ganhou com isso? Estarão os nossos governantes mais uma vez a perder de vista o 🎯 principal?
Variante Omicron, ou como foi inicialmente conhecida,
a variante da África do Sul foi anunciada com alarme pelo mundo fora.
Os meios de comunicação social encheram-se de notícias
sobre os riscos da mutação, desde maior capacidade de contágio a maiores
efeitos para a saúde das populações.
Rapidamente governos, incluído o nosso, correram a
fechar fronteiras e a cancelar voos, não só provenientes da Africa do Sul mas também
de países vizinhos como Moçambique.
Alguns dias depois começam a aparecer os primeiros casos
confirmados um pouco por todos o mundo. No final do dia resta fazer a pergunta:
O que se ganhou com tanto frenesim à volta da África do Sul e as
decisões de tentar isolar o país?
Este tipo de xenofobia sanitária já tinha acontecido com
outras variantes, por exemplo na variante alfa que foi identificada pela
primeira vez no Reino Unido, a Beta na África do Sul, a Gama no Brasil e a
Delta na India.
Na fase em que estamos a identificação de uma variante diz
mais sobre a capacidade de sequenciação do ADN do vírus pelos laboratórios do país,
do que propriamente da origem do mesmo num determinado local. Mesmo que o vírus
seja detetado num local específico, pelas suas características, seria quase impossível
impedir o seu alastramento. Aliás é exatamente isso que vimos com a variante
Omicron que já foi detetada noutros locais.
Assim este tipo de decisões, onde se incentiva à aplicação
de medidas que prejudicam os países com máquinas científicas que
permitem detetar novas variantes, representa um risco para a própria evolução
do conhecimento do vírus.
Imaginem se cada laboratório assim que identifique uma nova
variante começar a tomar em consideração o impacto económico e social para o
seu país do anúncio da descoberta? É altura para o nosso governo ter cabeça
fria, e deixar de ser provinciano na forma como encara o mundo. Já não podemos
corrigir o dano feito, mas podemos aprender com ele.
Fernando Pessoa - “O
provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte do
desenvolvimento superior dela”
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